A indústria das duas rodas, com exceção de raras iniciativas isoladas, tem-se mostrado apática e indiferente a um mercado e um público consumidor que têm mudado vertiginosamente, na mesma velocidade da inovação tecnológica do nosso século, e isso pode acabar custando muito caro e comprometendo o futuro da motocicleta como um bem de consumo e até mesmo o motociclismo em si. Mas quais seriam as razões pelas quais isso poderia vir a acontecer e o que as principais marcas estão fazendo a respeito?
É notório que o mundo hoje é completamente diferente daquele onde surgiram as primeiras motocicletas. Elas apareceram pouco depois do fim da revolução industrial, entre o meio e final dos anos 1800. No início como meros conceitos e protótipos desajeitados, naturalmente como foi com a maioria das máquinas que conhecemos hoje. Apenas após 1900 é que as coisas entraram nos eixos e surgiram aquelas que, entre altos e baixos, tornariam-se as pioneiras como, por exemplo, Harley Davidson e Royal Enfield. Mas como o exercício aqui é especular sobre o futuro e não o passado, basta dizer que, atualmente, a motocicleta, já estabelecida, tem três usos básicos e distintos: como utilitário, como meio de transporte individual e como lazer.

O uso utilitário é sem dúvida o de maior valor em termos de coletividade e vantagens para a sociedade moderna. Equipes de paramédicos em grandes cidades deslocam-se em motocicletas, assim como policiais e entregadores, tudo para driblar o trânsito cada vez mais carregado e para tirar proveito da agilidade de um veículo menor. Imagine uma grande cidade como São Paulo sem os motoboys. É impensável. Já o uso como meio de transporte ou mesmo lazer esbarra em um futuro cada vez mais apontando para a coletividade no lugar da individualidade, mobilidade urbana, para a questão da diminuição da emissão de poluentes e até mesmo na questão de preservação da vida humana.
A primeira grande revolução da indústria foi introduzida pela Honda quando a marca decidiu tornar a motocicleta um veículo popular e de uso para toda a família, principalmente para tirar da cabeça do público que motocicleta era coisa de arruaceiro e encrenqueiro, um estigma que cresceu exponencialmente com as Harleys no pós-guerra nos Estados Unidos, e todas as suas ramificações e consequências, como o nascimento dos Hell’s Angels, por exemplo (o que na verdade foi muito mais mérito da imprensa sensacionalista da época do que mérito do grupo em si*). Não era difícil encontrar em meio a publicidade da Honda jovens indo para a escola de moto ou mulheres levando as compras na garupa. A ideia era deixar claro que a motocicleta pequena e de valor razoável era confiável e um utilitário valioso, mesmo em tempos onde as grandes cidades ainda não enfrentavam os problemas de superpopulação e, consequentemente, trânsito caótico. Com isso a Honda abriu caminho para um mercado imenso e todas as grandes japonesas naturalmente embarcaram na empreitada já que o bolo poderia tranquilamente ser dividido entre todos.
*Para saber mais sobre a história controversa dos Hell’s Angels, procure pelo livro Hell’s Angels: medo e delírio sobre duas rodas de Hunter Thompson, considerado o pai do chamado jornalismo gonzo.

O mercado cresceu e a motocicleta, sendo um veículo mais barato e com consumo menor, ganhou força. Mas entre tantos outros fatores também entrou o fator cultural. Em uma economia e cultura tipicamente competitiva, principalmente nos Estados Unidos, as motocicletas foram ficando maiores, mais vistosas, mais potentes, mais tudo e isso criou a categoria de objeto de desejo longe da modesta proposta de mera locomoção ou utilitário. Como no pós guerra os Estados Unidos tiveram uma influência pungente sobre quase todo o planeta, não foi difícil a cultura do preciso ter um carro maior, uma casa maior, um aparelho de tv maior e uma moto maior se espalhar pelos quatro cantos do mundo. Daí surgiram as motocicletas enormes como as grandes custom e as super esportivas. E a industria, que não dorme no ponto (eventualmente), acompanhou esse desejo de consumo.
O grande problema, o que na verdade é um bom problema, é que hoje as gerações mais novas tem uma cabeça completamente diferente. Essa geração atual, ainda jovem, não encara mais o consumo da mesma maneira. Ter o brinquedo maior não é mais importante, pensar na coletividade está acima dos anseios individuais. E a indústria da motocicleta não acompanhou essa mudança exatamente de perto. O reflexo são vendas cada vez menores como um todo pois a motocicleta não está tendo apelo e nem conversando com os futuros consumidores de curto, médio e longo prazo. As ações das grandes fabricantes vem enfrentando altos e baixos nos últimos anos, o que mostra que a saúde financeira das marcas não é exatamente estável. Por sorte, a maioria delas não manufatura exclusivamente motocicletas.

O pouco de apelo que existe por parte das fabricantes é apenas formal (no sentido de desenho e estilo). Em maior ou menor grau, de forma mais caricata ou talvez mais racional, a geração denominada de millennials encontrou um subterfúgio no passado, em reviver as coisas à moda antiga pois, como é recorrente de tempos em tempos, tendemos a acreditar que no passado as coisas eram melhores e mais simples. Porém, essa volta ao passado não vai muito além do estilo e da moda. Em sua maior parte, é superficial. Mas é claro que existe uma parte dessa geração que mergulha mais fundo buscando o que de fato era mais sustentável e saudável em outros tempos, entrando em questões de sustentabilidade e principalmente compromisso social das marcas que eles consomem. Nesse ponto, as fabricantes estão apenas arranhando a superfície dos anseios dessa geração, apenas no quesito formal, lançando modelos de motocicleta que remontam ao passado. Quase todas as marcas tem alguns modelos chamados retrô. Mas para por aí.

Para ilustrar um pouco o cenário complexo, dois exemplos interessantes são a Harley e Royal Enfield. A Harley, focada nas motocicletas, sofre diretamente os reflexos destes novos tempos e suas ações na bolsa em um período de 5 anos, entre altos e baixos, valorizaram apenas 4 dólares. Já a indiana Eicher Motors, detentora da Royal Enfield, agora com uma campanha agressiva tentando trazer de volta a popularidade da marca, aposta em outros setores como grandes utilitários em parceria com a Volvo (o mercado de infra-estrutura sempre tem espaço) e neste mesmo período, suas ações valorizaram mais de 400 dólares por papel. Isso não quer dizer que a Royal, leia-se Eicher Motors, está atenta aos novos tempos. Apenas quer dizer que segue a regra de não colocar todos os ovos em uma único cesto.
Obviamente, existem nuances e ainda há espaço para crescer e gasolina para queimar no modelo de negócio atrasado das motocicletas. A Europa, por uma infinidade de questões históricas e culturais, naturalmente já entendeu tudo isso e sabemos que as ruas europeias são um mar de motonetas e scooters como um alternativa barata, eficiente e mais sustentável de transporte individual. No Brasil, as regiões mais pobres também são uma espécie de mercado europeu as avessas. O foco no mercado brasileiro é a acessibilidade financeira e a necessidade e não exatamente a consciência coletiva. Basta observar as pequenas cidades do interior do país de norte a sul e perceber que estão abarrotadas de motocicletas de pequena cilindrada em função de seu preço camarada.

Além disso, os países em desenvolvimento ainda não chegaram no estágio de estabilidade econômica do primeiro mundo e neles ainda sobrevive o desejo da moto potente e enorme, do SUV na garagem (condenado no resto do mundo mas que faz um enorme sucesso no Brasil) e de tantas outras coisas que já são passado na realidade de alguns lugares mais preocupados com outras questões que não só o status do consumo.
Porém, existe um termo mais amplo no meio de tudo isso: transporte individual. Querendo ou não, o transporte individual está sumindo. Talvez o único transporte individual bem visto hoje são as bicicletas pelo fato de ser limpo, prático, sustentável e fazer bem para a saúde. E vale lembrar que a motocicleta, principalmente em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento é hoje uma questão da saúde pública. O trânsito é uma problema seríssimo e se locomover em, a grosso modo, uma bicicleta com motor em um trânsito sem infra-estrutura adequada reflete em números pouco animadores. No Brasil, de 1996 a 2012, 222.000 pessoas morreram em acidentes de motocicleta e mais impressionantes 1,6 milhões tiveram sequelas e ferimentos para o resto da vida (do livro The Urban Transport Crisis in Emerging Economies de Dorina Pojani). Em um futuro próximo, estes números não serão mais aceitáveis. É apenas uma questão de tempo. Além disso, comprovadamente, as motocicletas poluem muito mais que os automóveis atacando diretamente a sensível questão ambiental. As razões para tal são muitas. A principal é de que as regulamentações para emissão de poluentes para motocicletas surgiram muito depois das regulamentações para automóveis e, portanto, a frota de motos ainda conta com uma parcela muito grande de veículos nascidos antes das regras mais rigorosas. E cada veículo dessa frota emite quase seis vezes mais poluentes que um carro moderno. Além disso, em termos relativos (e mais justos), a motocicleta não faz muito sentido. Uma motocicleta de 1000 cilindradas moderna transporta uma pessoa enquanto um carro moderno da mesma cilindrada transporta 4 ou mais pessoas. Se dividir a emissão de poluente por ocupante, a motocicleta tem larga desvantagem. O que não se aplica em termos empíricos a grandes cidades projetadas para os carros, como São Paulo, onde cada carro carrega uma pessoa. Para dar um exemplo prático e atual, um reflexo recente e real desse movimento foi a retirada completa e total dos motores 2 tempos (muito mais poluentes) das ruas.
A grande questão é que o automóvel já é visto como um vilão e, em função disso, é mérito dele grande parte da pesquisa de carros autônomos. Google, Tesla e Uber lideram o investimento e a pesquisa para tirar de vez o fator humano de trás do volante e os avanços já são bastante significativos. O combustível fóssil, que também enche o tanque das motocicletas, já dá sinais de cansaço e também é outro grande vilão, com razão, de nosso tempo. O recente presidente eleito francês Emmanuel Macron, anunciou recentemente em Paris que até 2040 a França vai proibir por completo a venda de veículos movidos a combustível fóssil. E não há volta. A França é apenas a ponta de lança de um movimento global. Assim como os veículos autônomos, o carro elétrico também está ganhando espaço por mais que os veículos da Tesla ainda sejam artigos de luxo. Gigantes de logística como Amazon já utilizam drones para entregas para retirarem de vez frotas de pequenos e grandes veículos de entrega das ruas que já estão criando mais problemas que soluções devido ao crescimento acelerado do comércio eletrônico. Lembra dos motoboys? Pois é, eles também vão sumir, mais cedo ou mais tarde.

Existe todo um movimento latente no sentido de automatizar, humanizar e coletivizar a locomoção mas absolutamente ninguém está olhando para as motocicletas. Onde estará nosso novo Soichiro Honda para revolucionar o mercado ou mesmo nosso Elon Musk (Tesla Motors) para trazer algo realmente inovador?
O motociclista, como o conhecemos, envelheceu, faz parte do passado, e as grandes fabricantes, apesar de campanhas risíveis colocando modelos jovens em cima de suas motos com discursos marketeiros sem vergonha que não mais funcionam para estes mesmo jovens, tentam desesperadamente vender algo que o novo público não tem interesse. Uma jogada recente é que muitas fabricantes estão lançando modelos menores, mais baratos e mais adequados para uso mais racional, mas o problema é que este movimento talvez tenha começado tarde demais. Você pode ler uma matéria bem interessante sobre o assunto na Bloomberg. Além de tudo isso ainda existe, em 2017, o estigma de clube do bolinha no meio do motociclismo. Salvo raras exceções, a consumidora mulher, até hoje é praticamente ignorada, como se as mulheres não tivessem o mínimo interesse em andar de moto.
Mesmo vendo a motocicleta como um veículo utilitário, e que talvez seja seu futuro, muitas das funções que lhes seriam úteis estão indo para outros caminhos, como o caso de drones no lugar de motoboys com um custo, no futuro, muito menor, tanto em questões financeiras quando em questões de saúde pública e vidas salvas. É só parar para assistir qualquer filme baseado em alguma distopia ou utopia de um futuro próximo ou distante e perceber que, neles, motocicletas raramente aparecem (carros eventualmente dão as caras) pois acabaram, diante dos novos tempos, sem uma função ou propósito. Permeando toda essa questão também existe o anseio de eliminar o erro humano que é comprovadamente o maior causador de acidentes e fatalidades. E isso já está em curso, como já vimos, com os veículos inteligentes e sem condutor. Tudo aponta que no futuro será loucura colocar o controle de qualquer meio de transporte nas mãos de um ser humano, mais suscetível a falhas e, principalmente, julgamentos equivocados. Mas nesse terreno ainda pantanoso existe uma questão muito mais complexa, o julgamento ético e moral. Coisa que uma máquina (ainda) não consegue fazer. Porém, longe de um futuro distante, já existem pesquisas em andamento para tentar dar uma direção no julgamento moral de uma máquina. O MIT tem um experimento muito interessante que coloca pessoas à tomar decisões difíceis envolvendo o comportamento de veículos autônomos em cenários complexos onde a máquina deve decidir tirar a vida de alguém para poupar outras (você pode experimentar aqui). Frente a automatização do transporte é bem possível que uma máquina decida, no futuro, tirar a vida de um motociclista inconsequente andando a 300Km/h em uma via pública com limite muito abaixo disso para poupar a vida de uma família inteira, por exemplo. E é por isso que cabe a todo motociclista exercer um papel responsável ao guidão para contar pontos a nosso favor já que, comprovadamente, estamos em larga desvantagem em relação as nossas companheiras de duas rodas frente a sociedade como um todo.
Mas afinal, o que pode salvar as motocicletas e o que será do futuro?
Existem iniciativas ainda muito tímidas em algumas frentes. A principal delas é o motor elétrico. Ele ainda é caro e tem questões cruciais de peso e baixa autonomia, mas é um começo. Ironicamente, a primeira iniciativa de grande visibilidade foi da Harley (a SUV das motos) com seu protótipo Live Wire. Além disso, pouquíssimas tecnologias (tirando aquelas que migraram das pistas para as ruas, como controle de tração, por exemplo) ganharam repercussão e visibilidade. Tudo indica que em um futuro talvez não tão distante, guiar uma máquina com as próprias mãos para se locomover de um ponto a outro seja impensável. Talvez carros e motos que necessitam de um motorista ou piloto se transformem em lazer dentro de circuitos fechados. Acredito que veículos “burros” estejam disponíveis apenas para militares ou organizações como a polícia por exemplo. Já existe um robô sendo treinado para pilotar motocicletas e já existem robôs sendo desenvolvidos com fins militares para percorrer longas distâncias, em terrenos difíceis, de forma fácil e silenciosa como os desenvolvidos pela Boston Dynamics o que dispensaria, por exemplo, uma providencial motocicleta de uso misto ou mesmo fora de estrada. Vale lembrar que tudo isto é um exercício de futurismo mas, mesmo assim, embasado em opiniões de especialistas e caminhos que a tecnologia tem apontado. Talvez, um dia, a motocicleta vire uma peça de museu, assim como aconteceu com as charretes puxadas por cavalos e veículos movidos a vapor. E a pergunta não é se vai acontecer mas sim quando.
Abaixo, conheça algumas das poucas inovações no mundo das motos e que talvez deem uma sobrevida, ou quem sabe perpetue, nossas amadas motocicletas e o motociclismo como ainda o conhecemos.
Zero Motorcycles

Nascida em Santa Cruz, na Califórnia, parte da região mais inovadora do planeta é talvez a mais antiga dedicada à motocicletas elétricas. Nasceu em 2007 e o nome ZERO vem de zero emissão de poluentes. Dois anos depois, em 2009, o modelo Zero S entra em produção para o público. Em 2010 foi vencedora do primeiro Superbike dedicado a motos elétricas. Visite o site.
Harley Live Wire
Projeto conceito de 2014, fez bonito em testes pelo mundo e até nas telas de cinema mas acabou ficando por isso mesmo. Na época fez muito barulho (metaforicamente falando) por justamente ser um projeto da Harley. Visite o site.

Protótipo Honda

A motocicleta que se equilibra sozinha foi mostrada na feira CES de 2017 e a tecnologia já é utilizada em robôs e scooters da própria fabricante. Porém o protótipo não tem data e nem intenção de ser lançado.
Assista ao vídeo de demonstração:
Victory Motorcycles

Criada com a ideia no mínimo arriscadíssima de competir com as Harley em seu próprio quintal (EUA), lançou um único modelo elétrico em sua linha. A moto parece interessante mas o prejuízo fechou as portas da Victory no início de 2017. Visite o site.
BMW Motorrad VISION Next 100

A BMW é talvez a única marca que olha para frente há bastante tempo. A própria filosofia da empresa tem relação com o futuro já que citam em suas apresentações de protótipos o que pensam sobre como ele será: conectividade será uma segunda natureza, mobilidade será sob medida, tecnologia está se humanizando, energia será limpa e sem emissões e responsabilidade está se tornando diversa.
Seu conceito apresentado recentemente, chamado Vision NEXT 100, é uma proposta do que seria uma motocicleta do futuro. Além de se manter em pé sozinha, como o protótipo da Honda, é capaz de mudar sua geometria para se adaptar ao piloto assim como todas as informações cruciais não estão mais em um painel mas sim em um Head Up Display em uma espécie de Google Glass utilizado pelo piloto. Além disso fornece todo tipo de assistência de pilotagem e todo tipo de conectividade com o trajeto tornando-a uma moto praticamente impossível de derrubar, cair ou sofrer algum tipo de acidente.
Assista ao vídeo:
Honda Motocompo Elétrico

Ainda um conceito, é baseado em um pequeno scooter de grande sucesso no Japão, conhecido como moto de porta-malas. Um veículo pequeno, dobrável e, em sua versão moderna, completamente conectado e inteligente. Foi revelado em 2011 e nunca mais se falou dele.
Samsung Smart Windshield

Em parceria com a Yamaha foi anunciado em 2016. No lugar de uma moto, é um acessório que promete integrar-se totalmente com o smartphone e GPS para mostrar inúmeros informações de trajeto e segurança diretamente no para brisa que é acoplado a moto. Assim como apareceu, também sumiu.
Assista ao vídeo
Skully Smart Helmet
Um capacete inteligente com câmeras de ré e tudo o que a tecnologia pode oferecer assim como informações importantes na própria viseira. O projeto surgiu em 2014 e mesmo arrecadando quase 2 milhões e meio de dólares em financiamento coletivo, não conseguiu entregar o que prometia e acabou sendo cancelado em 2016.
Assista ao vídeo
Como deu pra perceber, muitas iniciativas não viram a luz do dia. Investir em inovação custa tempo e dinheiro e o risco é sempre grande. Mas talvez um risco maior ainda seja não olhar para o futuro. Não dá pra saber o que pode acontecer com as motocicletas mas o que já sabemos é que, frente as outras indústrias e as mudanças pelas quais o mundo tem passado, a indústria da motocicleta já está sofrendo com movimentos muito vagarosos e sem ninguém tentando ao menos vislumbrar um futuro. Abaixo uma imagem que, por mais que se trate de ficção científica, talvez mostre que as motocicletas acabem se transformando em um veículo restrito de serviço e meramente utilitário dado tudo o que já falamos por aqui.

E não é prudente menosprezar as visões da ficção. Muitas das inovações que temos hoje são fruto de inspiração de visionários como Arthur C. Clark e Isac Asimov, para citar apenas dois. A cena é do filme Star Trek onde o personagem principal, ainda garoto, é perseguido por um policial. Coincidentemente este policial está em uma moto, que voa, e, aparentemente, o policial também não é humano.
Assista a cena
Mas podemos falar de realidade. Em 2016 a Yamaha apresentou um robô desenvolvido para uma tarefa pouco usual, pilotar uma motocicleta.
Assista o vídeo
Por mais que o futuro seja inevitável, que todas as especulações aqui sejam um exercício de tentar vislumbra-lo e por mais que o resultado pareça um pouco pessimista a dica é: curta sua motocicleta, pilote com responsabilidade e dê o exemplo. A tecnologia sempre vem em auxílio para tentar eliminar a imprudência, a irresponsabilidade e o risco. Se nós, como humanos, aprendermos a ter bom senso, responsabilidade e prudência talvez possamos ainda oferecer uma longa vida ao que mais gostamos: as motocicletas.